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Se nada mais der certo pra mim, pego esse computador bato na cabeça do meu patrão até ele desmaiar, depois roubo um caminhão e dirijo a noite toda como um prisioneiro fugitivo, aí vou para a amazonia onde começarei vida nova com uma criação de peixes voadores...
"Quando a humanidade erra, os Deuses tratam de puni-la com morte, praga, fome e guerras; mas e quando os Deuses erram? Quem os pune? E que tipo de punição eles terão?"

-Bem-vindos a Saga dos Assassinos de Deuses

O Julgamento Escarlate

Capitulo 2: O Julgamento Escarlate

-E então Ayros de Falcão? O que pensa em fazer?

Ayros se levanta e volta o rosto com uma expressão de ódio puro, num breve momento que parecia uma eternidade. O cavaleiro de prata se aproxima o bastante para um ataque físico de Escorpião, apesar de estar sem armadura Ayros não parece se importar. Senji já preparava sua agulha escarlate, mas pelos olhos que lhe fintavam, ele acredita que aquele cavaleiro tenha despertado o sétimo sentido.

Quando o ataque dos dois fora anunciado, Senji já com o indicador de seus dedos já estava concentrado, tendo a amostra a unha de denso vermelho; mas ao contrario que Senji esperava, Ayros tem uma explosão de risos ao ponto de seu estomago doer, e acabará se apoiando numa das pesadas mesas. O taverneiro também ria descontroladamente, Senji não sabia realmente o que acontecia, e ficava imóvel apontando o indicador para Ayros.

-Sinceramente, vocês cavaleiros de ouro são umas figuras! Agora que tal você voltar para sua casinha e continuar a fingir que não tem filhos? Afinal, acho que cavaleiros de ouro não são feitos para ser pais... -Ayros fazia referencia a Senji de Escorpião e Hector de Sagitário, o último é conhecido por odiar o próprio filho.

-Se soubesse como foi difícil para deixa-los em seus cuidados...

-Sei como deve ser difícil deixar a criação de seus próprios filhos para outros, para quando eles crescerem poderosos falar que puxaram o papai, não é? Imagino como deve ser difícil deixar que outro treine um dos seus sucessores para que você fique de namorico com as servas do santuário, não é velhote?

-Meça suas palavras!

-Ou vai fazer o que? Me matar? Não me faça rir, você pode ser um cavaleiro de ouro mas acha que não está exagerando falando tão grosso? E eu ainda não faço a mínima idéia do que você quer com eles, mas agora eles são meus. Ouviu? SÃO MEUS!!! -Ayros estava visivelmente alterado. -Eu os treinei e vi como eles são poderosos, poderosos demais para serem meros cavaleiros auxiliares, provavelmente um deles será seu substituto!

-Eles tem os olhos da mãe deles... -dizia Senji quando Ayros não o deixa falar, com uma voz trêmula e baixa. -A mãe deles era uma nativa da Índia, cabelos negros e de olhos tão verdes quanto a mais belas paisagem de campos que você possa imaginar. Ela morreu quando Kensui nasceu, e eu não aguentei ver os olhos dela neles.

-Então você abandonou os dois por causa de uma fraqueza sua? Você é mais babaca que eu imaginei. -No momento que Ayros falou teve seu pescoço pego pelo cavaleiro áureo, com novamente a unha do dedo indicador pronta para o tiro escarlate. -E o pior que não aceita a verdade, por culpa sua eles vivem se sentindo como dois rejeitados, como dois bastardos; e você quer ainda que eu entenda o seu lado da história? Faça um favor a nós dois, ou me mate, ou se mate!

A mão de Senji afrouxa do pescoço do cavaleiro de prata, fazendo Ayros passar a mão no pescoço para acelerar a circulação. Os olhares se cruzam, por mais que parecesse impossível: um cavaleiro de prata venceu um cavaleiro de ouro, apenas por palavras.

O cavaleiro de Escorpião sem a mesma autoridade em que chegará, Senji apenas sai em silêncio com um pouco de dignidade que ainda possuia.

Ayros se volta para o balcão e vê todos os outros frequentadores, abismados, afinal, eles nunca viram um cavaleiro de ouro, equando vêem ele é devidamente colocado no seu lugar por um cavaleiro de prata. Rudd era o único com um sorriso enorme, afinal o seu discipulo desafiara um cavaleiro de ouro sem ao menos ter medo. Ayros estava constrangido demais para soltar alguma bravata.

-Uma rodada de cerveja pra todos. - dizia Rudd aos frequeses do estabelecimento. - Vamos comemorar que não importa a cor da armadura de um cavaleiro mas sim seu coração.

Houve apenas uma explosão de comemoração, e um cavaleiro de prata muito emcabulado...

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Daisuke voltava para a área de treinamento cambaleante, ao ver o irmão levitando era um choque. O poder de telecinese de seu irmão era potencialmente enorme, mais alguns anos ele seria tão bom quanto ele. Daisuke apenas olhava admirado com seu irmão.

Kensui sente a presença do irmão e abre seus olhos, o momento de concentração fora quebrado, Kensui cai de cara no chão. Daisuke, solta um breve riso e caminha na direção do irmão. Kensui já esperava um sermão que seu irmão sempre lhe dava, mas para ele era impossível alcança-lo, Daisuke era o ponto de chegada onde ele mesmo nunca poderia alcançar.

Kensui fora a mente numa cara fechada para abafar as criticas convencionais, mas não as ouvira, quando abriu os olhos estava o irmão com a mão estendida. O que pra ele era raro. Kensui dava a sua mão para logo em seguida ser puxado para ficar de pé.

-Estou impressionado com você Ken. -dizia Daisuke. - Você conseguiu voar, parabéns, pensei que precisariamos de mais tempo pra isso.

-Mas hein?! - Kensui inclinava cabeça para o lado, raramente vira o seu irmão leve espiritualmente. -Você é o Dai mesmo?

Daisuke ria, afinal ele estava leve mesmo, estava feliz pelo irmão. E ele fora vencido com o golpe mais previsível do mundo. Aquela noite não tinha nada de comum.

-Vamos descansar, temos mais treinamento amanhã.

-Você tá falando sério ou é sacarmo? Nunca sei diferenciar a sua voz pra isso. -dizia Kensui correndo atrás do irmão.

Aquela realmente era uma noite que eles não iriam esquecer...

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Senji de Escorpião estava na sua casa zodiacal, havia lacrado o templo, geralmente a parte de baixo era aberta para passagem e os andares superiores era realmente a moradia. Estava no único cômodo que ele não entrava em anos, revivendo todos os seus fantasmas. Um lugar que ele colocava todos os seus fantasmas e fraquezas de fé para com Athena.

Não era um lugar cheio de tesouros, itens malditos por deuses que foram esquecidos. Era um quarto de crianças com moveis a mais de casal. Fotos de uma clériga taoista ajoelhada com duas crianças ruivas, uma recém nascida e outra mais velha, roupas cerimoniais velhas, de crianças, brinquedos, acessórios femininos, etc...

Era a vida de Senji, sua única fraqueza, a sua prova de humanidade, o seu coração. Durante a batalha contra Chronos, sua mulher havia se sacrificado para defender seu vilarejo natal, ela tinha cosmo, ela tinha despertado o sétimo sentido, mas não era uma amazona, nenhuma armadura lhe protegera, e o homem que jurou a amar e a proteger falhou em seu dever. Um homem, com o sétimo sentido despertado completamente, um homem protegido por uma armadura de ouro, um homem protegido por uma constelação zodiacal.

Senji conseguira sufocar seu subconsciente, lacrando tudo que fizesse lembrar de Naru, sua mulher, mas seus filhos tinham seu olhar doce e que tinham vida e esperança como cor que exalavam. Para sufocar seu subconsciente e continuar a ser o cavaleiro que sempre foi, também se livrou deles. Passando seus filhos a um cavaleiro que nunca tivera contato. Tudo estava certo até aquela noite, até que encontrara uma pessoa com a mesma personalidade e olhos de Naru.

“-Filhos devem sempre ficar com seus pais. -dizia ela olhando para o tumulo dos filhos e do marido. -E eu vou para junto deles.”

Ela havia cometido harakiri, o suicidio pela honra. Um dos principios disso era japones, assim como Senji pensava “Antes perder a vida do que a honra”. Mas dessa vez seu subconsciente tomou forma, tomou voz, e fora um cavaleiro de prata.

“Faça um favor a nós dois, ou me mate, ou se mate!”

Era a decisão que o mundo gritava para ele recuperar sua honra e reencontra Naru.; mas tudo que ele fizera, a morte era um alivio para ele, mas deveria ser uma purificação, um purgatório. Ele sabia exatamente o que fazer...

Ele seria o Juiz, o Juri, o Carrasco e o Réu de seu Julgamento...

Apenas a dor que ele causará por tanto tempo poderia redimi-lo...

Sua unha que desferia o seu principal golpe, a Agulha Escarlate, crescia em modo de ataque. Apontando para frente, exatas catorze luzes de um vermelho intenso se espalhava pelo quarto como fadas circulando o cavaleiro de ouro, o qual ficava no centro como o sol para aquelas luzes.

Todo o quarto fica com uma luz dourada e com ocasionais feixes em vermelho vivo, dando um ar de majestade e furia, que ao se misturar a aquelas lembranças materializadas formavam um cenário psicodelico de um sonho prestes a virar um pesadelo.

-Ichi... Ni... San...

Três das luzes vermelhas pareciam ter obedecido o chamado de seu mestre, mas ao contrário do vôo perdido e sem direção que faziam, as que responderam foram agressivas, rápidas e diretas. Foram em direção de seu criador, atravessando no joelho, coxa e em seu ventre, respectivamente.

A dor essa técnica era alucinante, atacava o sistema nervoso do oponente causando um pequeno ferimento do tamanho de uma agulha que infligia ataques a esses nervos, todos eles, dependendo da perícia do cavaleiro, ele poderia causar insensibilidade do corpo, mas o que Senji queria era se purificar com sua própria dor, mas ainda não era o bastante.

-Shi... Go... Roku...

Do mesmo das anteriores, o vôo perdido se torna um ataque agressivo, acertando outros três pontos. Já era possível traçar a parte de baixo da constelação de Escorpião. Todos os seus nervos começavam a ressonar como uma corda de harpa tocada, mas ao invés da doce canção era a dor e gritos que saiam daquela medonha sinfonia.

Mas para a mente distorcida dele, tanto pela dor tanto pelas palavras aquela noite, ainda não era o suficiente. E foram seis golpes já, raramente alguém mantia a força de vontade na quinta mas Senji pretendia acabar com aquilo, naquele momento.

-Shichi... Hachi... Kyuu...

Cada agulha entrava com mais violência no corpo de Senji, a dor já era algo em sua vida naquele momento, parecia totalmente sua vida. Não sentia mais controle sobre seus corpo, A única existencia de seu corpo era para pagar seus pecados enquanto estava vivo.

Afinal, para ele, não havia mais motivos para existir, sua guerra já fora, seus amigos já morreram, seu grande amor também, seus filhos foram os que mais sofreram com as suas tolas decisões e Athena nem estava viva. Provavelmente, como Ayros disse, um deles se tornaria o seu substituto, logo sua falta com seu dever seria mínima.

-Jyuu Ichi... Jyuu Ni... Jyuu San... Jyuu Yon...

Mais quatro agulhas o atravessaram, seu corpo e sua mente eram apenas farrapos do que eram no começo de seu “julgamento”. Ele não pensava mais, não tinha mais honra, não tinha nada que lhe importava. Só tinha uma coisa, o sentimento de terminar o que começou...

-JYUU GO!!! ANTARES!!!

Agradecimentos especiais para Luciane Rangel que me ajudou com a pronuncia da numeração japonesa.

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