Alma Nova Está de casa nova http://cdz-almanova.blogspot.com/

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Se nada mais der certo pra mim, pego esse computador bato na cabeça do meu patrão até ele desmaiar, depois roubo um caminhão e dirijo a noite toda como um prisioneiro fugitivo, aí vou para a amazonia onde começarei vida nova com uma criação de peixes voadores...
"Quando a humanidade erra, os Deuses tratam de puni-la com morte, praga, fome e guerras; mas e quando os Deuses erram? Quem os pune? E que tipo de punição eles terão?"

-Bem-vindos a Saga dos Assassinos de Deuses

Presente de Amigo Oculto pt.2

Fanfic de Amigo Oculto

Título O Dia que o Herói Partiu – Parte 2

As equipes se dividem, Matheus pega sua moto e vai na frente a toda velocidade com Fox como segundo passageiro, carregando seu rifle e duas pistolas. O resto dos guardiões formaram equipes de dois a três integrantes, nos carros. Que foram: Sofie e Yin; Odara e Kazumi; e Gabrielle, Brigite e Shaniqua.

Os rastreadores desenvolvidos por Gabriele funcionavam quase como um sonar, mas apenas específico para a energia youki. Seguiam a força do sinal, mesmo Gabrielle já lhes tendo avisado que o local da fonte era a maior fenda entre o nosso mundo e o mundo youkai. E era lá que Marco estava.

No Honda Civic, estava Kazumi na direção, que não se acostumava a dirigir com aquela mecha de cabelo em cima do olho. Odara olhava pela janela a paisagem mudar, enquanto comia uma barra de chocolate cantarolando alguma coisa que não era um de seus mantras. O que tirava mais ainda a concentração da sagitariana.

Até que ela começa a ouvir a indiana cantar baixo e movimento a cabeça dizendo:

-Here I am, rock you like a hurricane!

-Odara, você está bem?

-Nada, to ótima! Só estou estranhando eu comer tanto chocolate, essa coisa capitalista pouco nutricional u.ú. E sempre lembro dessa música quando me lembro dele. -Odara sempre com aquele sorriso enorme como se nada a afetasse.

-Nem parece que estamos indo para a nossa possível morte, parece que você está indo apenas para outro lugar. -Kazumi fazia ultrapassagens perigosas assim como faziam seus companheiros nos outros carros.

-Ora Kazumi, somos os Guardiões dessa realidade! -Odara abria seu largo sorriso. - E o que tiver de ser, vai ser! Mas não podemos nos dar ao luxo de perder a capacidade de sermos felizes, apesar de tudo!

“Perder a capacidade de ser feliz”, Kazumi repetia isso mentalmente, isso era válido no mínimo para metade dos Guardiões dessa geração. Principalmente para ela que se apaixonara por um idiota que a espancava e lhe tomava tudo que tinha. Ela, a mais poderosa entre os Guardiões, sofria eternas “quedas de escada”; pois não era capaz de levantar a mão contra ele.

-Você possivelmente tem razão, Reichert-san! -Apesar de numerosos pensamentos invadir-lhe a cabeça, a Toshihiko se focava em seu objetivo mais próximo, salvar Marco e lacrar a barreira de uma vez. -Espero que tudo saia bem, por que depois disso nada mais será o mesmo!

Odara entendera aquilo como um sinal positivo, e sorria mais ainda! E continuava a cantarolar: Here I am, rock you like a hurricane!

No Fiat Tempra estavam Brigite dirigindo o carro de Gabrielle, a geminiana no banco de trás cheia de aparatos, medidores e Shaniqua no carona. Gabrielle tentava manter a mente limpa, mas estava desesperada. Seu irmão talvez estivesse preste a morrer a cada segundo que se passava, não conseguia triangular muito bem a posição onde Marco estava, pois as lágrimas impediam ela de entender os números e configurações a sua frente, mesmo ela tendo as criado.

-Calma, my friend! -Shaniqua sempre conseguira manter o japonês, mas estava nervosa. Não acreditara que Marco fora sozinho, porque ele não chamou um deles para ajudar. Até que lhe vem a mente que Andrew não estava presente em nenhum dos carros. -E onde está Andrew?!

-Provavelmente ele estava na patrulha com Miguel. -respondia Brigite, sabendo que sua amiga estava muito ocupada (e preocupada) para responder a Shaniqua.

-Mas mesmo assim, não faz sentido aqueles três sumirem assim do nada, principalmente depois daquela conversa. -dizia Shaniqua.

-Que conversa. -apesar da pergunta feita por Brigite, a expressão de surpresa das duas guardiãs do elemento ar era a mesma: curiosidade e surpresa.

-Peguei Andrew, Miguel e Marco, conversando baixo, no nosso quarto. Geralmente, Andrew não gosta quando eu atrapalho suas conversas. Então esperei que eles terminassem para que eu pudesse entrar. Não entendi muito bem, mas não me lembro muito bem como, ouvi Miguel gritando que aquilo além de infantilidade era burrice, e Andrew dizendo que era uma chance. Marco disse que era a chance dos filhos dos guardiões, e os seguintes terem uma chance de uma vida normal durante um bom tempo. E ele mostrou um frasco com uma substância arroxeada que me deu arrepios. Disse que era a cura de todo mal dos Guardiões, eu realmente tinha pensando que era um remédio para Sofie...

Brigite e Gabriele estavam chocadas, apesar das suspeitas, não tinha nada confirmado. Afinal, ninguém além delas duas sabiam daquele veneno anti-youkai. Brigite, não acredita que Marco tenha descoberto aquilo sozinho. Até que ouve os equipamentos sendo jogado e Gabrielle agredindo os bancos.

A italiana sabia, ela tinha contado a Marco sobre a toxina. Ela queria dar uma esperança ao irmão que era um farrapo do que era antes de começar essa história de Guardião. Sofie apesar de tudo, era que dava força para Marco continuar de pé. Ela era a assassina de Marco. Não tinha cabeça de procurar mais nada, e Shaniqua e Brigite não podiam fazer nada para consolá-la. Tinham que evitar que Marco morresse! Brigite pisava mais fundo no acelerador.

E no Citröen, estava Yin na direção que só havia se acostumado a dirigir carros franceses, enquanto a amiga estava deitada no banco traseiro, segurando o sabre francês com a mente distante. Totalmente diferente da Sofie, animada e sorridente que se irritava com tudo, era como se ela estivesse deixando de ser ela.

-Yin, você acha mesmo que eu matei o Marco. -Yin não tirava os olhos da direção seguindo os outros carros, mas sentia a voz de desespero e angústia. -Eu só havia percebido que só eu estava sofrendo, não vi que ele estava morrendo por dentro também. Eu sempre pensando em mim, sempre achando que tudo que acontece comigo é o pior.

-Você não fez nada, Sofie. -dizia Yin. -Você apenas foi humana, nós que deveríamos ter prestado a atenção no que Marco sofria. Esquecemos que o guardião dos guardiões necessitava também de proteção.

-Não minta pra mim, Yin! -Sofie se voltava com raiva e dor, mas não para a capricorniana, mas sim uma parte que lhe soltara. -Eu achava que apenas eu estava sofrendo o mais duro golpe, achei que somente eu tivesse perdido uma filha; mas ele também sofreu tudo isso. Eu sou um monstro pior que os youkais que combatemos.

-Novamente está pensando em somente em si, Sofie. -Yin ajeitava o retrovisor do carro para ver como Sofie estava. -Todos nós cometemos erros, nem por isso somos malignos. Eu deixei duas crianças sozinhas enquanto eu vinha cuidar do mundo. Matheus deve ter feito a mesma coisa para vir pra cá! Nem por isso somos monstros, você sofreu. Cabe a você agora decidir o que fazer. E o que devemos fazer é que nossos filhos não passem metade do que passamos.

As palavras de sua amiga pesaram em seu estômago, ela não podia ser frágil e nem bancar a princesa que o cavaleiro da espada de prata iria salvar.

*****

Matheus e Fox, saíram mais rápido, pois o próprio trânsito da área estava congestionado, mas havia espaço o suficiente para que o guardião de touro pudesse manobrar. E com Fox na garupa, os youkais que cismavam de atacar eram sumariamente exterminados com um único tiro preciso.

No entanto após passar o caos urbano, em direção a praia, aquela rua estava praticamente deserta. Eles seriam os primeiros a ajudar Marco, a lutar. Um pensamento que ambos compartilhavam era: Por que Marco não os chamara apesar de tudo? Ir sem ninguém desafiar Kuro, era o mesmo de se jogar num precipício.

Até que de longe viram um obstáculo. Um carro atravessado no meio da pista! Não que aquilo fosse problema para as habilidades de Matheus, mas aquele carro cinza era familiar, uma Mercedes enorme, forçando a visão, dava para ver Miguel e Andrew apoiados no carro. O que deixava os guardiões na moto muito felizes, afinal eles não conseguiram se comunicar com eles.

O guardião de Leão ia em direção dele, Matheus não acreditava que ele iria fazer aquilo. Só teve a confirmação quando ele colocou uma das mãos nas costas. Fox não entendia a nenhum dos dois brasileiros, mas começava a sentir um começo de manobra evasiva do Taurino.

Fox só teve tempo de ver algo alaranjado indo em sua direção, parecendo uma estrela cadente. Não só uma, mas sim uma atrás da outra. E Matheus conseguia desviar de todas ainda em cima de uma moto. Até que um dos pneus estoura com uma das shurinken incandescentes. Danificando parte das engrenagens do motor da ZX.

Já os guardiões de Touro e de escorpião não sofreram danos, apenas estavam tontos com a queda da moto, que já na vista os outros Guardiões, Matheus havia diminuído a velocidade. O rifle de Fox havia ido parar longe, agradecia ainda por ter suas pistolas mas não entendia o motivo do ataque.

-O que deu neles, Matheus? -perguntava Fox, com a mão debaixo do sobretudo, pronto para puxar uma das pistolas, enquanto Andrew se aproximava com o bastão e Miguel sem arma alguma. -Shit, Andrew! Viemos salvar Marco! Ele foi enfrentar Kuro sozinho!

-Por isso que estamos aqui! Para detê-los, a pedido do próprio Marco. -dizia Andrew com o bastão nas costas, sua clássica posição de ataque. -Tudo que temos que fazer é esperar os outros, e iremos todos juntos.

-Vocês dois ficaram loucos! -gritava Matheus em fúria. -Ele está encarando o Kuro e sozinho! Temos que ajudá-lo! Não vou deixar que ele morra!

-Pare de ser teimoso, Matt. -Miguel segurava seu companheiro de treino pelo colarinho da camisa. -Marco é um guardião, tem seu orgulho a zelar! Ele tem que defender isso Matt! Será que você não entende?!

Matheus para de argumentar, e olha para um lado. Onde sentia levemente a energia de Marco e o youki de Kuro. E era aterrorizador a diferença de poderes, mas parecia que Marco continuava a lutar. O guardião de Touro pára por um instante respira fundo.

Miguel entende aquilo como um sinal de que ele entendeu a situação, o que era um milagre, já que raramente Matheus desistia de uma idéia fixa; um ledo engado do guardião de Leão que recebe um soco no queixo de baixo pra cima.

-Não, Miguel! Você é que não entende. -dizia o Taurino. -Nem todo mundo vive para alimentar um orgulho, uma vida é muito mais importante que o orgulho que alguém carrega.

-São vocês que não entendem. -dizia Andrew. -Marco está lutando por todos nós, temos que respeitar sua vontade.

-Não me importa a vontade, se ele está próximo de morrer! Nossa missão como guardiões é proteger vidas e não sacrificá-las. -Fox puxava a glock 17 que estava embaixo do sobretudo, mirando para a perna de Andrew. -Não posso te matar, mas ainda posso estourar sua rótula.

Os quatro guardiões não sabiam o que fazer, todos em suas cabeças estavam certos, mas era errado eles lutarem entre si. Todos se sentiam mal, mas Miguel e o americano sabiam que iam se sentir assim, mas tinham que continuar, pelo menos pelo Marco.

Leão aplica uma rasteira em Matheus, fazendo-o cair, Fox se distrai vendo aquela cena. Toda abertura que Andrew precisava para desarmar Fox imediatamente. O que o virginiano não esperava era o chute quase automático do escorpiano, que o jogara para trás.

O inglês assumia uma postura de kung-fu, com os dedos da mão como se fossem um gancho, com o pé direito firme e com o esquerdo livre para um golpe rápido. O americano se surpreendia com aquilo, como ele não carregava armas marciais presumia que ele não soubesse nenhuma.

-Kung-fu estilo Louva-Deus sete estrelas.-Sorria Fox selvagemente, era o estilo perfeito para ele. Já que a própria posição lembrava um escorpião também. -Quando eu falo que eu sou o cara, não é brincadeira não, my brother.

Andrew coloca o bastão de lado, e se coloca em uma base rígida e com um punho para frente. Parecendo que ia atacar a qualquer momento, Fox reconhecia como Nan Quan, e pensava consigo mesmo que guardiões tendem a ter alguma carta na manga.

Já com Matheus e Miguel, os golpes já haviam começado há muito tempo. Chutes e socos fortes e rápidos, variando entre diversas artes marciais, como Karatê, Tae Kown Do, Boxê, dentre outros. Ambos treinaram sempre juntos, seus golpes por mais que fossem pensados e praticamente indefensáveis, um deles sempre saia da trajetória do mesmo, da luta entre o taurino e o leonino, não iria sair diálogo. A disputa estava entre o orgulho e a teimosia deles.

******

Marco caia de cansaço, já tinha algumas unhas de Kuro atravessadas pelo corpo, que ele agradecia não ter acertado em nenhuma parte vital, mas sentia uma dormência e sua visão embaçando, provavelmente as unhas tivessem algum veneno. O canceriano não se importava, tinha que vencê-lo. E ao que parecia estava conseguindo vencer Kuro, pois já fizera uma enorme cicatriz no peito dele que sangrava enormemente.

Não fisicamente, pois os danos que o Guardião causava eram mínimos se comparados ao que recebia, mas psicologicamente estava. Era a vantagem que ele precisava, em uma luta normal, ele já teria sido retalhado.

-Maldito, o que você fez comigo!!! -Kuro soltava um urro bestial, não conseguia usar seus poderes, só alguns de seus poderes se mantiam e muito mal. Por que aquilo acontecia? O que aquele guardião fizera para anular seus poderes?

O italiano levantava-se com a espada como apoio, pois levar por si mesmo já era uma tarefa mais danosa a ele, mas ele tinha que continuar. Não podia voltar atrás daquela decisão, seria um mundo em que a Sofie só iria se preocupar em criar a Hikari. Os Benetti continuariam com a Gabrielle, e o que um guardião de Câncer poderia fazer? Ele não faria falta...

Levantando a espada, parte para cima daquele monstro.

*****

-Temos que tirar fotos mesmo, mãe? -dizia uma menina com aproximadamente seus 4 anos reclamando com a guardiã francesa.

-Sim, temos porque eu temos que deixar num hall de fotos para os outros guardiões, e para você ver quando crescer o quanto nós te amamos! -dizia Sofie, com o orgulho que só uma mãe poderia ter.

-Tá bem, mas porque eu tenho que aparecer Sofie? -perguntava Marco. -O ideal você aparece com ela, e eu não gosto de tirar fotos.

-Você é o Guardião de Câncer e ela também será! Vocês são loiros! E são lindos! E principalmente... -Sofie apontava a câmera para seu amor e sua filha. -Porque eu to horrorosa hoje, por tanto me obedeçam! ¬¬''

-Mamãe ta nervosa?! -perguntava Giulia para seu pai.

-Acho que deve ser vingança que demos mais atenção a Sasha do que a ela. -sussurrando baixo, enquanto Sofie procurava o melhor ângulo para tirar a foto.

-Mas a Sasha era linda papai *_*

-Eu sei, tirando os altos papos que ela respondia ^-^

-Eu não acredito que estão falando daquela cadela Ò_ó

-Pare de ser ciumenta, amor. Admita que ela era linda ^-^

-E eu lá quero ser comparada a uma cadela! ¬¬''

-Cadela não! -corrigia a pequena Giulia. -Labradora! ^-^

-E o pelo dela parecia com a cor de seu cabelo, amor! ^-^

-Agora vocês vão ver! Comparar-me com uma cadela é o cumulo! Ò_ó

Giulia corria e pulava no colo do pai que corria enquanto ria, de Sofie, por todo parque. Sofie perdia o fôlego, e parava vendo que Marco corria com Giulia numa facilidade tremenda, e tirando que aquela cena era linda. Até que Marco para e começa a rir com Lia agarrada em seu pescoço. O momento ideal da foto deles.

Sofie se lembrava da última foto de Giulia, e que nem chegou a revelar. Depois de tantos desastres em sua vida, esquecera da foto. Não era um bom momento para lembrar daquilo, na verdade Sofie não queria lembrar-se de nada. Queria apenas não lembrar, não sentir.

Até que Yin freia bruscamente, jogando a ariana de um lado para outro; contando seus lamentos.

-Encontramos Andrew e Miguel. -a capricorniana saia do carro, para logo ser seguida por Sofie.

Encontraram Matheus, Miguel, Andrew e Fox sendo segurados por Kazumi, Odara, Brigite e Shaniqua; não pela força, até porque só Kazumi e Yin tinham força o suficiente para parar um deles. Elas obstruíam o caminho deles, e eles eram incapazes de levantar a mão para elas.

-Esses idiotas. -Gritava Matheus se referindo a Miguel e Andrew. -Acobertaram Marco na vinda dele pra encarar Kuro.

Sofie ia direto passando por Yin, indo em direção a Andrew, chegando a empurrar Shaniqua de lado. Pegando no colarinho de Andrew, com violência e um olhar determinado.

-O que Marco foi fazer? -Andrew receia em dizer a ela, quando Yin vai para tirá-la de perto de Andrew, Gabrielle a impede.

-Marco foi encarar Kuro sozinho, ele vai matá-lo, e depois nós vamos lacrar a barreira. Simples. -dizia Andrew sem se aprofundar em detalhes.

-Então, por que você não foi? -apertava mais o colarinho da camisa do Guardião de Virgem.

-Porque Marco que teve a idéia, e de acordo com ele, somente ele poderia fazê-lo. -Andrew respirava apara explicar o que era realmente o plano de Marco. -Kuro nunca viria se soubesse de uma emboscada, por isso estamos aqui, já que é a distância limite para que ele não nos sinta. E Marco havia conseguido uma toxina que iria atravessar a barreira que Kuro projeta pra se defender como se fosse nada, além dele estar usando sua energia exclusivamente para deter o teleporte dele, já que ele está em seu elemento predomina, ele vai matá-lo e nós lacraremos a barreira.

-Seu idiota, você vai é matar o Marco, Marco vai morrer! -Sofie batia no peito de Andrew, mas aquilo doía mais em seu ego do que em seu corpo.

-Seja grata, porque ele esta fazendo isso pra te poupar de mais sofrimento. -dizia Miguel.

-E acha que eu não vou sofrer mais sem ele estando aqui?! -Gritava Sofie em desespero. -Acha que posso viver sem ele? -Sofie aplicava um soco no rosto de Miguel, que o derrubara no chão, ninguém imaginava a força de Sofie para derrubá-lo. -Não me importa Kuro, eu quero o meu Marco!

-Vamos logo, salvar Marco! -Yin puxava Sofie para dentro do carro de novo, que era acompanhada de Matheus, que ia dirigindo, já que sua moto não estava mais em condição de uso.

Todos começam a entrar em seus carros, e Fox acompanha Andrew e Miguel, mas antes que o virginiano entrasse no carro, ele o puxa pelo ombro.

-Não estou zangado com você e nem com o Miguel, estou mais zangado com o Marco por também não ter me chamado. -dizia Fox, com o rifle apoiado no ombro, e com um sorriso entrou no carro.

E foram os onze guardiões salvar Marco, e lacrar a barreira de vez.

********

Marco ataca com todo fôlego que possuía, Kuro continuava escapando, ainda não conseguia se movimentar da maneira que queria, pois sua mente era agora sua inimiga. O guardião sabia apenas que tinha que acertar o borrão que se movimentava a sua frente. Atacava com a adaga na mão esquerda e com a espada na mão direita. Nunca conseguira lutar com a espada em uma mão e a adaga na outra, pois a espada era demasiadamente pesada, e raramente ele tinha força e equilíbrio para essa façanha, ou eram as duas adagas ou a espada em punho.

E hoje ele conseguia fazer a tão esperada façanha! Usando a espada para causar um grande estrago e usando a adaga para conseguir entrar pela brecha concedida pelo inimigo. Nunca conseguira coordenar as mãos em proveito da circunstância, sempre atacava primeiro com a direita para depois atacar com a esquerda, agora ele mesmo se surpreendia com a dança de lâminas que fazia contra Kuro. Ele sentia que as lâminas tomaram vida, e tudo que ele tinha que fazer era escapar dos golpes de Kuro.

O lorde-monstro bloqueava os ataques com as imensas unhas que eram cortadas no segundo golpe, mas que podiam crescer. Já estava provado com o imenso corte no seu peito que subestimar Guardiões era uma atitude deveras estúpida.

-Me diga humano, por quê? Por que consegue me ferir desse jeito?! Por que meu teleporte não funciona?! -Kuro tinha bloqueado a espada e a adaga do canceriano, que lhe aplica uma cabeçada no nariz, e repetia o ataque até fazer Kuro largá-lo.

Kuro sente a dor de ter seu nariz quase que destruído, e tenta inutilmente conter o sangramento com as mãos. Apenas para abrir mais uma brecha para Marco aproveitar, que lhe aplica uma rasteira que o faz cair pesadamente no chão. O rei youkai ao abrir os olhos apenas para desviar da lâmina reluzente que ia encravar em sua cabeça.

E a espada continuava a tentar perfurar seu crânio, até que ele chutou o estômago do Guardião para ele se afastar, e lhe faz cair de joelhos mais uma vez. O suficiente para recuperar o ar para voltar ao ataque. Tinha algo errado com aquele Guardião, desde que começaram essa batalha tinha algo errado. Por que ele não disparava sua energia de guardião contra ele?

Parte do mistério fora solucionado quando uma onda mais forte bateu na encosta, fazendo que algumas gotas chegassem a subir, e ante a investida do italiano. A escolha do lugar, o cancelamento de seus poderes, o fanatismo que ele atacava. Só não explicava como as lâminas do humano atravessavam sua pele de maneira tão fácil. Era algo que ele tinha que saber pelo seu oponente.

Marco na investida consegue atravessar o bloqueio de Kuro e acertá-lo no abdômen com a espada e a adaga, foi muito fácil. Era uma armadilha. Segurando a espada no ventre e atravessava o ombro esquerdo de Marco com as unhas e com sua força descomunal.

-Já descobri seus truques! -dizia Kuro, cuspindo parte do sangue venenoso que ele carregava. -Você está usando seus poderes de guardiões aliado ao seu elemento para inibir alguns de meus poderes, e se aproveitou da minha confusão para me ferir.

Ao bater da segunda onda as gotas que apareceram não eram de água propriamente dita, mas sim, aos leigos, parecia mercúrio em seu estado natural, mas era a energia do Guardião que se manifestava em seu elemento. A resposta dele foi apenas uma torção na lâmina que estava alojada, agravando seu ferimento.

O monstro não queria mais saber de resposta, aquilo estava claro o suficiente que poderia ser seu fim, poderia ser o fim de sua vida, de todo seu esforço de subjugar o mundo youkai aos seus pés, toda a sua utopia pessoal seria destruída graças há um humano. Coisa que ele não permitiria, nunca!

Ele com a mão que segurava o ombro ferido do canceriano para quebrar a espada que estava enfiada em si, já que era a principal arma de combate, e a que causava mais dano. Marco olha e tenta atacar mesmo assim com a espada quebrada, porém não consegue, pois Kuro aperta seu braço e o guardião sente aos poucos seu osso se romper.

A dor estava em seu limite, não podia mais manter a mente limpa para lutar. Não tinha mais o que fazer, há não ser desistir, como últimos pensamentos ele dedicava desculpas aos seus pais por não completar a missão de sua vida, aos seus amigos por ter sido tão egoísta em seus últimos momentos e a Sofie, por não ter sido capaz de protegê-la e nem a Giulia.

Até que Kuro urrava de dor, via uma flecha encravada nele, e vários estampidos. Reconhecia aqueles projeteis azulados, era Fox.

Ao fundo a água começava a perder seu tom prata, e começava também a revelar um buraco dimensional, onde vários youkais tentavam sair. Era realmente uma visão aterrorizadora, os Guardiões iam em direção de Marco. O italiano ao ouvir as vozes deles tentando ajudar, forçava sua garganta enquanto Kuro se protegia da mira certeira de Fox.

-ANDREW! MIGUEL! CONTINUEM COM O PLANO!!!

Aquilo fora uma ordem de Marco, eles sabiam o que tinham que fazer, em seu olhar sabia que ele iria vencer Kuro. Matheus e Fox sentiram aquilo também em seus estômagos, eles pararam e detiveram as Guardiãs que avançavam. Dessa vez Matheus que segurava Sofie pela cintura, e Andrew segurava Gabrielle, as quais tentavam se desvencilhar dos braços dos guardiões que a detinham.

E num momento que parecia eterno, os olhares de Sofie e Marco se cruzaram, o canceriano sabia que era sua amada, mesmo não a enxergando e tudo que pode fazer é gesticular um “eu te amo”, antes do que ia fazer...

Benetti forçava a adaga que estava no ombro de Kuro o máximo que podia até ele urrar de dor, e pisava-lhe no abdômen forçando o lorde-monstro até se aproximar mais e mais do penhasco. E cada vez fazia mais e mais Gabrielle e Sofie gritar em desespero. Mesmo com as unhas de seu oponente lhe rasgando a pele, tudo que ele conseguia pensar é que aquele seria o último sofrimento de Sofie.

Marco fazia ambos caírem no penhasco, ainda com o urro de desespero do Youkai e sua própria felicidade de ter se livrado daquela ameaça...

*****

Não havia tempo para se lamentar pelos vivos, os youkais usavam parte de sua energia para destruir a barreira que se formava, e a felicidade deles era enorme por ver Kuro morrer, eles novamente estavam livres, e podiam retornar ao seu estado de anarquia.

-Sofie, não temos tempo para isso, temos que lacrar a barreira. -dizia Yin, a melhor amiga de Sofie, segurando-a pelos ombros enquanto ela estava ajoelhada soluçando a perda de Marco.

Todos se sentiam culpados, não havia ninguém ali que não sentisse culpa por Marco ter ido sozinho enfrentar Kuro, mas nenhum queria deixar que seu sacrifício fosse em vão. E já se posicionavam para lacrar a barreira.

Até mesmo a ariana se preparava, comparada ao seu estado emocional só estava a italiana que também via seu mundo girar, mas mesmo assim se colocavam de pé para um último esforço. E disparavam suas energias contra a barreira, apagando aquela mancha como a visão da porta do inferno que estava prestes a abrir.

As energias em várias nuances começavam a fechar aquele buraco negro no céu azul, mas Sofie não conseguia se concentrar, não conseguia manter o mesmo nível e compatibilidade de energias dos outros. Estava com a mente perdida, sentindo diversas dores e sofrimentos de vários tipos e de mesma intensidade.

Yin não conseguia ver a amiga sofrer daquele jeito, sofrerá demais para esse momento, decidira compensar o esforço e sofrimento de sua amiga com seu próprio poder. Ela se lembrava de Qiang e Ziyi, de seus filhos amados, mas Qiang tinha um olhar determinado para que nada acontecesse com Ziyi, e qualquer um dos Guardiões iria lhe dar apoio que precisasse, mas não poderia deixar também esses monstros atacarem seus filhos.

Kazumi também passava por uma confusão interna, se sobrevivesse ou se não conseguisse lacrar a barreira, teria que continuar a encarar monstros, fossem youkais ou fosse seu marido. Não havia muito o que fazer enquanto isso, fora diversas vezes humilhada. Tinha força para fazer aquilo parar, mas não tinha vontade, sempre achando que um dia ele iria melhorar, mas nunca melhorava. Então ela iria recuperar sua honra como Marco fizera, iria ser uma mártir ao invés de uma vítima.

Andrew e Miguel estavam com um enorme pesar, mas fizeram de acordo com o que Marco lhes ordenara, mas não tinham muita vontade de encarar os rostos dos outros Guardiões. Logo os dois, que tentavam regrar a vida dos outros com os seus próprios conceitos e filosofia. E se sentiam criminosos, assassinos de um deles. Eles teriam que compensar de alguma forma.

Fox e Matheus tinham não raiva por si, mas sim por Marco. Não que eles fossem concordar com a enorme besteira que ele planejou, mas sim por não ter-lhes chamados. Eles não queriam assistir sua morte, queriam ter lutado ao lado dele. E se culpavam também por não ver o óbvio, por pensar que ele por tentar protegê-los, que ele podia se proteger. E não iam deixar barato para Marco, nem que eles mesmos fossem reclamar pessoalmente com ele no outro mundo.

Gabrielle ainda conseguia manter o seu nível de energia melhor do que o de Sofie, mas não era o bastante, pois tentava colocar em sua mente que a morte de Marco foi necessária para os outros, era a opção que ela optaria também, mas ela odiava a lógica naquele momento. Queria Marco do seu lado, com aquele eterno sorriso, com aquela cara boa que ele fazia quando estava feliz.

Brigite senta a confusão na mente da amiga, mas não tinha a coragem que ela tinha, nem a de Sofie de continuar. Tinha medo do que aconteceria se morresse, tinha medo de deixar Maire sozinha naquele mundo. Pensava que podia cuidar dos feridos depois de lacrarem a barreira, que ela era necessária viva. Tentava se iludir, mas sentia no fundo de seu coração a covardia e a sua necessidade de viver, e se culpava por aquilo.

Odara só queria ajudar, queria até dar a sua vida também por aquele mundo que amava, cheio de diversidades e cores únicas como ela e seus amigos, mas também sentia uma energia a mais lhe dando apoio vindo de seu ventre. Naquele momento sabia que estava grávida, não podia morrer, mas não podia oferecer a sua criança um mundo dominado por monstros que iriam destruir tudo aquilo que os humanos demoraram a ser. Mas iria lutar até o fim!

Shaniqua sentia as frustrações de todos praticamente em sua pele, por mais que ela fosse distraída no plano material, sempre podia sentir a necessidade dos corações de seus amigos. Sabia que aquilo iria acontecer, mas o destino era como uma onda que não podia parar. E decidira que não iria deixar Andrew doente e fadado a morrer, ela sempre o protegeria. Porque o amava.

Até que um enorme clarão cobriu todo o lugar...

**********

Passaram três dias após aquele dia fatídico, onde as lapides estavam os nomes de muitos que os Guardiões não conseguiram proteger. Alguns amigos que não tinham poder algum mais tentaram do mesmo jeito, Giulia, Marco, Kazumi e Yin.

Sofie estava com Hikari no colo, iria cumprir o desejo de Marco e criá-la como uma filha e uma guardiã. Matheus que voltava com Miguel, ambos parecendo irritados e com o sangue quente por terem barrado o pai de Hayato na entrada, que estava alcoolizado. Andrew e Shaniqua agarrados num abraço, evitando que o outro desabasse. Brigite segurando o pequeno Toshihiko. Fox tossindo muito, e com vontade de atirar em alguém por odiar aquelas formalidades fúnebres, Odara abraçando o próprio abdômen, como se protegesse o que estava dentro dela. E Gabrielle com óculos escuros mais ao fundo, soturna.

-Todos estamos indo embora hoje, mas por mais que evitemos o assunto temos que discuti-lo. -dizia Sofie com uma voz dura e pesada, como alguém que cansou de chorar. -Diga a eles o que você me disse, Gabrielle.

Se desencostando de onde estava, Gabrielle tirava o óculos e dizia:

-A barreira foi fechada por pouco tempo, conseguimos apenas setecentos e oitenta e nove pontos na medida, é o suficiente apenas para vinte anos, se os youkais não fizerem nada.

Todos ficaram chocados, aquilo era como se nenhuma morte tivesse valido apena, como se todo aquele sofrimento fosse inútil. Como se tudo que passaram fosse insignificante. E o pior que nenhum deles tinha energia para tentar fazer de novo.

-Isso significa o quê? -perguntava Odara sabendo da resposta e apertando mais o ventre.

-Significa que os filhos pagaram pela incompetência dos pais. -dizia Fox tossindo mais ainda.

-Eu ficarei no Japão. -dizia a francesa. -Ficarei com o trabalho de vigiar a barreira e irei guiar os novos guardiões. Já que não tenho mais família e todos vocês têm, pra mim isso é o de menos. Só gostaria que você, Andrew, cuidasse das finanças dos Li e dos Toshihiko.

-Nem precisava pedir, isso já foi providenciado. -dizia Andrew.

-Peço também que não comentem sobre o que aconteceu, e omitam o que puderem sobre a nossa missão para que ela. -Ariana olhava para a criança em seu colo. -Para que ela tenha uma chance de ser normal.

Todos admitiam isso, afinal, ela era a nova Guardiã de Áries.

No final, todos se despediram de Sofie ali mesmo para pegar seus aviões de volta para seus respectivos lares. Mas a última a sair foi Gabrielle que queria dar uma última palavra com Gautier.

-Não ouse derramar mais nenhuma lágrima, meu irmão morreu para nunca mais te ver triste. Respeite isso -Angeli segurava-a pelo colarinho da sua blusa.

-Não se preocupe... -respondia Gautier com o mesmo olhar para sua cunhada.

-Adeus.

-Adeus.

*********

Kuro acordava em seu castelo. Só lembrava-se de ter caído do penhasco com o Guardião de Câncer. E abria os olhos e estava rodeado por uma youkai com poderes curativos, Haru e Mushi.

-Ficamos felizes por estar vivo, Kuro-sama.

-Como eu sobrevivi?

-Haru-Senpai abriu um portal na hora para o mundo Youkai durante a sua queda, enquanto eu incitava os youkais a forçar a barreira, para que os outros guardiões não percebessem nosso plano de última hora -sorria Mushi

-E enquanto ao guardião?

-Não sabemos. -dizia Haru. -Quando vocês se soltaram essa diferença não pôde ser adivinhada por nós, mas sabemos que o cadáver dele está no mundo Youkai e já deve estar sendo consumido.

-De qualquer maneira, capturem-no, quero descontar cada gota de sangue minha com os gritos de dor dele...

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